Comentário a Provincializing Europe

Resumo

Este comentário é uma contribuição para a leitura do livro de Dipesh Chakrabarty, Provincializing Europe (ed. inglesa, 2000) traduzido para espanhol como Al margen de Europa (Madrid, Tusquets, 2008). O livro apresenta uma tentativa ousada e complexa de questionar a visão hegemónica da história como um processo civilizador através dos olhos dos historiadores das populações colonizadas e especialmente dos subalternos. Evidentemente, o autor não ignora as críticas ao projecto dos historiadores da subalternidade, grupo a que ele próprio pertenceu, mas revê-o numa chave crítica que lhe permite reler as histórias dos subalternos como interrupções da história linear do capital, "nós, teimosos, que sobressaem e quebram a superfície regular do tecido". A distinção entre história 1 (história do capital) e história 2 (histórias locais que interrompem ou alteram o seu curso) é fundamental nesta tentativa. Os seus autores de referência são, por um lado, historiadores britânicos (E. P. Thompson, E. Hobsbawm, ...), bem como Marx, que ele combina com a tradição hermenêutica, particularmente Heidegger e a sua insistência no mundo da vida. Na segunda parte do livro ele utiliza textos chave da tradição cultural bengali.