Sobre descolonizar a revolução através da lente das suas pós-vidas
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2024.n18.33421Palavras-chave:
revolução, descolonização, pós-vidas, contrarrevolução, OmãResumo
O que podem as reivindicações para descolonizar oferecer a uma análise das revoluções em tempos pós-coloniais? Este artigo traz os apelos contemporâneos à descolonização para uma conversa com o trabalho académico sobre as revoluções. Inspirando-se em estudos que questionam os paradigmas sobre a revolução centrados no Iluminismo, este texto compreende a descolonização em tempos pós-coloniais como um projeto que contesta as hierarquias coloniais presente, incluindo a violência, enquanto recupera as agências que as abordagens colonialistas negligenciam. Atendendo a estas formas de descolonização, o artigo oferece, em primeiro lugar, um esboço do trabalho académico que descoloniza as formas de pensar sobre as revoluções, como uma forma de trazer visibilidade a este tipo de ações. Em segundo lugar, e tendo em conta a forma como este trabalho tem priorizado acontecimentos coevos ou anteriores às revoluções, o artigo estende a análise temporalmente para usar as vidas póstumas destas como uma lente para descolonizar a revolução – e examina estas possibilidades através do trabalho etnográfico sobre as vidas póstumas das revoluções, que tem sofrido ampla repressão em contextos como Omã e outros. Finalmente, o artigo reflete sobre algumas implicações práticas de análises descolonizadoras das revoluções e das vidas póstumas destas.