Representações de Portugal nos manuais de ensino primário cabo-verdiano (1975-1990)
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2023.n17.33132Palavras-chave:
Cabo Verde, independência, manuais escolares, sistema educativo colonial, representações sociais, PAIGCResumo
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) projetava edificar um novo sistema educativo, combatendo os legados coloniais. Uma análise de conteúdo a dez manuais do ensino primário adotados em Cabo Verde entre 1975 e 1990 sobre como representavam Portugal, constitui relevante ângulo para se averiguar o cumprimento deste desiderato.
Nos manuais de leitura adotados em 1975 nota-se ausência de referência a Portugal como ex colonizador. No manual de história do mesmo período os portugueses são caracterizados como povos que cometeram “crimes contra a dignidade da pessoa humana”, que “não respeitaram o nosso povo”, e autores de “exploração bárbara”.
Nos manuais de início de 1980, verifica-se raras incidências sobre a colonização. Destaca-se a aproximação dos valores históricos e culturais de Cabo Verde a Portugal, em estreito paralelismo com os interesses diplomáticos e de cooperação com Portugal.
