O “descobrimento” do Brasil nos manuais escolares de leitura adotados em Angola e Moçambique (1960-1970)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48487/pdh.2023.n17.33127

Palavras-chave:

“descobrimentos”, Estado Novo português, manuais escolares, educação colonial

Resumo

Nesta investigação analisaremos um conjunto de nove manuais escolares de leitura destinados ao Ensino Rudimentar e ao Ensino Primário Elementar em escolas ultramarinas de Angola e Moçambique publicados entre as décadas de 1960 e 1970. Nosso objetivo principal consiste em examinar como os conteúdos acerca dos “descobrimentos” portugueses em geral, e do Brasil, em particular, foram desenvolvidos dentro deste universo livresco. Sondaremos como estas abordagens atenderam aos princípios políticos e ideológicos de autodefesa do projeto imperial português nas últimas décadas do Estado Novo e como as teses de Gilberto Freyre acerca do protótipo brasileiro de nação harmonicamente miscigenada foram adaptadas com esta finalidade. Por último, construiremos uma analogia sobre a representação dos “gentios”, ou povos nativos do Brasil “pré-cabralino”, com a visão construída sobre os povos “indígenas” de Angola e Moçambique. Para concluir, debateremos como estes suportes educativos refletiram as imagens da cultura original de seus próprios destinatários e consideraremos as suas implicações na subjetivação identitária de seu público-alvo.

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Publicado

2024-03-06

Como Citar

Oliveira, S. L. de. (2024). O “descobrimento” do Brasil nos manuais escolares de leitura adotados em Angola e Moçambique (1960-1970). Práticas Da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, (17), 83–113. https://doi.org/10.48487/pdh.2023.n17.33127

Edição

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Artigos