Os riscos da História: uma nova cultura de violência nos estados de Benue e Plateau, Nigéria Central
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2024.n18.32231Palavras-chave:
história, historiografia, identidade, violência, NigériaResumo
Como podem narrativas históricas em competição autorizar ou sancionar a violência? O argumento central deste artigo é que a mobilização de narrativas históricas, sejam elas populares, amadoras ou em forma de história académica, constituem outra forma de violência que está longe das preocupações dos estudiosos sobre conflitos na Nigéria Central. Baseando-se em entrevistas e no estudo crítico de relatórios das comissões do governo, memorandos étnicos e panfletos de propaganda recolhidos durante o trabalho de campo realizado nos estados de Benue e Plateau, Nigéria Central, o artigo examina as formas através das quais a agência histórica extratextual e atribuidora de significados é usada como instrumento de negociação e de violência política. O artigo examina os vários discursos sobre a Jihad de Sokoto e as guerras historiográficas entre grupos étnicos dos estados de Benue e Plateau. O estudo situa-se no âmbito de um trabalho crítico que está em sintonia com a importância do simbolismo na compreensão da capacidade dos discursos históricos vingativos para inflamar a violência.