O Debate sobre o Papel do Holocausto no Ressurgimento dos Direitos Humanos após a II Guerra Mundial
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2021.n13.26477Palavras-chave:
Polémicas, Holocausto, Genocídio, Nações Unidas, Declaração Universal dos Direitos HumanosResumo
Este artigo analisa o debate em torno do papel ocupado pelo Holocausto na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da Convenção do Genocídio. O senso comum é que este papel foi determinante. No entanto, desde 2010, alguns autores têm questionado esta ideia. Quem tem razão? Este texto procura trazer um novo olhar a este debate, recorrendo a novas fontes e reavaliando velhos argumentos para responder a três questões: o que é que, em 1946-48, os autores destes instrumentos pioneiros dos direitos humanos sabiam sobre o Holocausto? Que traços do Holocausto podem ser encontrados nos travaux préparatoires destes instrumentos? Quem mencionou o Holocausto nas discussões finais? O meu argumento é que o facto de o termo “Holocausto” não ter sido utilizado em 1946-48 não significa que esta realidade estivesse ausente do pensamento dos autores destes documentos.