“Eles nunca procuraram a guerra”: Três entendimentos do movimento pelos direitos civis da Irlanda do Norte
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2021.n13.26471Palavras-chave:
Conflito na Irlanda do Norte, História EstruturalResumo
Este artigo argumenta que é possível distinguir entre narrativas históricas que situam a eclosão do conflito na Irlanda do Norte em termos das suas estruturas ou dos seus agentes. Ambas os discursos têm implicações políticas profundas: o primeiro aponta que na ausência (continuada) de mudanças de fundo algumas das causas do conflito permanecem – e podem ressurgir; o segundo sugere que o conflito visto através do olhar da História é sobredeterminado e que o foco em narrativas abstratas obscurece as escolhas e omissões que possibilitaram que a violência persistisse durante tanto tempo. Este artigo toma com objeto não a probidade histórica destes dois argumentos, mas sim a forma como estes se refletem na literatura secundária. Neste sentido, o artigo analisa duas versões da narrativa estruturalista – uma mais forte e outra mais matizada – e descreve uma alternativa, centrada na perspetiva dos agentes. Como conclusão, é traçado um esboço da maneira como as histórias e memórias pessoais podem contribuir para integrar (e problematizar) estas duas perspetivas.