Descolonizando o Império: Cronologias Corpóreas e os Emaranhados do Tempo Colonial e Pós-Colonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48487/pdh.2021.n11.24291

Palavras-chave:

Colonialismo and pos-colonialismo português, história do corpo, trauma e história, história brasileira

Resumo

Em Provincializing Europe, Dipesh Chakrabarty apresentou uma crítica sistemática do historicismo enquanto elemento de uma diferença racializada e essencialista. Na sua análise, os pressupostos inquestionáveis do tempo universal e do telos foram instrumentalizados pelo poder colonial para hierarquizar e governar os outros subalternos. Este texto baseia-se no projeto descolonizador de Chakrabarty ao tentar desnaturalizar as heranças do imperialismo inscritas em ideias a respeito do lugar (a Europa ou o Estado-nação) e do tempo (a cronologia universal da modernidade). Ao provincializar a cronologia política, questiono as periodizações soberanas enquanto chave do conhecimento histórico focando-me, ao invés, em cronologias corpóreas. A partir desta análise, sublinho o papel da corporização na resistência colonial dos Ameríndios; a instanciação somática de categorias de atraso – o primitivo, o selvagem, a criança – produzidos pelos imaginários de produção de conhecimento imperial e projetados nos corpos racializados; analiso como o passado é corporizado e reiterado através da memória, do trauma e da invalidez; e os espaços quotidianos de intimidade e as ligações interpessoais onde categorias relativas ao ser e ao império são recapituladas, reificadas e vividas.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Marcos, P. M. . (2020). Descolonizando o Império: Cronologias Corpóreas e os Emaranhados do Tempo Colonial e Pós-Colonial. Práticas Da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, (11), 143–179. https://doi.org/10.48487/pdh.2021.n11.24291

Edição

Secção

Artigos e ensaios