A escrita da história da ‘descoberta’ de Cabo Verde. Fabulário cronográfico, história oficial ou fabricação do consentimento?

Autores

  • Víctor Barros Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa / Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20), Universidade de Coimbra https://orcid.org/0000-0002-5727-1851

DOI:

https://doi.org/10.48487/pdh.2017.n5.22586

Palavras-chave:

História, Escrita, Descoberta, Achamento, Cabo Verde

Resumo

Este artigo debruça-se sobre a problemática da escrita da história da ‘descoberta’ das ilhas de Cabo Verde: trata-se de colocar em destaque a forma como diferentes historiadores escreveram acerca do achamento deste arquipélago oeste-africano. Num primeiro momento, traçaremos uma genealogia desse debate, de modo a colocar em pauta as filigranas que tecem os diferentes meandros de densidade da controvérsia historiográfica. Aqui, a nossa exegese é, pois, a de uma história da história da ‘descoberta’ com vista a elucidar os modelos escriturários que fixaram as coordenadas cronológicas, temáticas e nominativas em torno daquele ato transformado em acontecimento histórico e conteúdo mnemónico quase crepuscular. De seguida, daremos conta das afinidades que a interpretação do achamento estabelece, de forma cúmplice, com o fabulário imperial português e com o memorialismo comemorativo colonial que subsidiou a construção do consentimento discursivo fixado como história oficial.

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Publicado

2017-12-01

Como Citar

Barros, V. (2017). A escrita da história da ‘descoberta’ de Cabo Verde. Fabulário cronográfico, história oficial ou fabricação do consentimento?. Práticas Da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, (5), 75–113. https://doi.org/10.48487/pdh.2017.n5.22586

Edição

Secção

Artigos