A escrita da história de Angola e os desafios da literatura ao campo
DOI:
https://doi.org/10.48487/pdh.2025.n20.38920Palabras clave:
Angola, história de Angola, historiografia, escrita do real, PepetelaResumen
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre como a produção literária angolana, a partir de romances do escritor Pepetela, amplia as possibilidades de repensarmos a historiografia. Durante as lutas de independência, a literatura foi um espaço de crítica social, afirmação nacional e combate à colonização. Após a independência, teve lugar um movimento de crítica ao Estado, que tornou possíveis novas abordagens sobre Angola, para além de uma história única. É, sobretudo, sobre esse segundo momento que irei me deter. Compreende-se, nesse sentido, que a literatura se constitui como um documento histórico, sujeito a disputas discursivas e campos de força. As vivências individuais e o imaginário ganham um novo olhar, agora mais atento às subjetividades, que influenciam diretamente também as narrativas historiográficas. O artigo problematiza a riqueza epistemológica que pode surgir do entrecruzamento entre história e literatura, principalmente ao encararmos esta última como uma escrita do real, entranhada de história.
