O corpo do 25 de Abril: a provocação, a dramatização e a catarse da memória no cinema

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.48487/pdh.2024.n18.31211

Palabras clave:

Cinema, documentário, performance, militância

Resumen

As acções corporais e colectivas provocadas nos actores durante a rodagem de um documentário, transformam-se, muitas vezes, em fortes desencadeadoras de memórias físicas, afectivas e comunitárias. No meu filme Prazer, Camaradas! (2019) colocar os protagonistas a dançarem, a lavarem a roupa no tanque colectivo, ou a realizarem uma assembleia de cooperadores, reacendeu e reconstruiu memórias da vivência de portugueses e estrangeiros nas cooperativas do Ribatejo. No pós-25 de Abril, outros filmes optaram por este dispositivo, como por exemplo Candidinha ou a Ocupação de Um Atelier de Alta-Costura (1975), de António de Macedo, ou Pela Razão Que Têm (1976), de José Nascimento. Prefiro chamar a esta provocação da memória não uma reconstituição do passado, mas uma dramatização de memórias: os actores não se comportam tal e qual como num tempo recôndito, mas trazem para os seus corpos e vozes o presente em forte negociação com o passado.

Publicado

2024-11-25

Cómo citar

Costa, J. F. (2024). O corpo do 25 de Abril: a provocação, a dramatização e a catarse da memória no cinema. Práticas Da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, (18), 327–341. https://doi.org/10.48487/pdh.2024.n18.31211

Número

Sección

Essays